sexta-feira, 12 de março de 2010

UM SER EXISTENCIALISTA

Alguém que ainda não conhece o significado exato da expressão "ser humano" certamente ficaria surpreso com a descoberta, pois é muito mais revelador que se imagina. Um pequeno designativo que brilhantemente sintetiza a essência de um animal mortal maravilhosamente dotado de competências "divinas".
Filosoficamente o termo ser expressa uma entidade de consciência autônoma e livre que é capaz de pensar sua própria existência reflexivamente. É o ente capaz de ver-se a si mesmo enquanto pensa e faz, de modo que planeja e cria sua própria existência agindo preventiva, corretiva e construtivamente sobre sua realidade.
Já o vocábulo humano, derivado do latim humus-terra-, quer definir a matéria ou substância que comporta esse ser. O corpo, essa "máquina" de reações e substâncias em constante movimento e mutação, tão próximo do que também faz parte da terra, dos animais e vegetais, uma casa frágil e temporal que encerra em si a infinitude do ser.
Ser humano é, por assim dizer, uma mais que adequada expressão para descrever a antitética essência humana. E, sem adentrar em discussões espiritualistas sobre saber se o ser é a alma e se ela é imaterial ou simples fruto de reações bioquímicas, pode-se vislumbrar que é exatamente o ser em suas competências o responsável pela grandeza humana.
Tal grandeza é refletida pelo pensamento. Ele é de fato o desbravador de todos os mundos. Encara a escuridão absoluta sob a perspectiva de expandir a luz; instrumentaliza-se de armas abstratas para construir pirâmides e prédios de concreto; vislumbra o poder dos pássaros e reproduz seu voo; Desce às profundezas do mar e se assemelha a seus habitantes; corre do guepardo para logo após subjugá-lo em sua velocidade. É senhor de tudo por ser capaz de a tudo absorver, mas ainda assim se vê limitado, e essa mesma finitude é quem o faz avançar.

(David Wilkerson)

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